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Carlos Cavalcanti é funcionário público e acadêmico em Direito pela Unicuritiba.

Em 1996, morando no interior de São Paulo, na cidade de Indaiatuba, entrou para o PMDB. No ano seguinte, tornou-se Secretário-Geral da juventude do partido, a JPMDB.

Nesse período, o momento em que esteve mais feliz em sua atuação partidária foi quando, por ocasião de uma campanha à prefeitura de Indaiatuba, trabalhou numa barraquinha distribuindo cachorros-quentes em uma comunidade carente. A alegria das crianças em comerem aquela "iguaria" era indescritível.

Esse foi um dos grandes aprendizados na política: em um país miserável, é fácil dominar o povo. Um cachorro-quente, uma dentadura, um emprego, uma cadeira-de-rodas: para quem do Estado não recebe nada e nada tem, isso é tudo o que importa. Os próprios responsáveis pela miséria do povo lhe jogam migalhas, como se fizessem um favor, e o povo carente vende seu voto e lhes concede eterna gratidão e lealdade. E assim, é o próprio povo quem mantém o jugo, o domínio, daqueles que irão lhe roubar e mantê-lo na miséria.

A política coronelista típica da região, o poder das oligarquias, e outros fatores como esses, acabaram por afastá-lo da política por alguns anos.

Em 2005, já estabelecido de volta a Curitiba, entrou para o PPS. No ano seguinte, em 2006, era o favorito para assumir a presidência da juventude do partido. O jogo político levou a melhor, e quem assumiu a presidência foi seu oponente, que tinha menos votos, e acabou abandonando o cargo poucos meses depois.

Foi assumir a Presidência da JPS, juventude do PPS, apenas dois anos depois, em Janeiro de 2007, recebendo em mãos uma JPS falida e vazia. Na juventude do município de Curitiba havia apenas um membro: ele mesmo.

Através de muito trabalho e dedicacão, re-ergueu a juventude, trazendo sozinho mais quatro membros, sem qualquer tipo de ajuda ou reconhecimento. Passou a fazer reuniões semanais com os jovens, e desempenhou várias atividades pela juventude e pelo partido.

Frequentou debates na Câmara Municipal e na Assembléia Legislativa, sobre educação, passe-livre e outros temas de interesse social, e comandou divulgações do programa Fala-Paraná, com a proposta de governo para o estado, nas universidades Unicuritiba e PUC-Curitiba. Ao atingir a idade limite, deixou a JPS e passou a militar exclusivamente no PPS.

Se houver trabalho, visão e uma profunda crença naquilo que se faz, os bons frutos, como sempre, virão. Porque neste país, nesta terra maravilhosa, livre de terremotos e furacões, tão rica em matas, em solo fértil, em minérios, petróleo, quedas d´água para a construção de hidrelétricas, tão repleto de rios, com uma imensa extensão de oceano, plantando, tudo dá.

Temos a Amazônia! Tão rica em espécies animais e vegetais, tão rica em medicamentos vindos das plantas, em seringueiras, em populações indígenas.

E mesmo assim, vivemos na miséria. De um lado, uma multidão de miseráveis, que assalta e rouba os que estão do outro lado, os ricos ou os que, pelo menos, têm alguma coisa. Não é incrível essa situação?

Pior que isso, ainda temos a Amazônia, mas não por muito tempo.

A taxa de desmatamento é altíssima, e só fez aumentar até hoje. Durante algum tempo a floresta, com toda sua força, ainda teve poderes regenerativos maiores do que os poderes daqueles que lhe extraíam a vida. Mas há muito tempo que a extração é em tamanha larga escala, que supera a capacidade de cura.

É uma batalha que a Amazônia está perdendo. Que vários rios brasileiros já perderam. Nossos rios estão polúidos, nosso ar está poluído, e nosso solo está sendo devastado. E nosso povo está prostrado, envenenado e em um torpor grande demais para reagir e ver o que está acontecendo.

Até quando, meu Deus. Até quando.

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